Na semana passada, uma das pioneiras e maiores redes de lan houses do país fechou as portas de seu último estabelecimento. A Monkey, que possuía 63 lojas espalhadas pelo Brasil, encerrou as atividades pela pouca rentabilidade se comparada à locação ou venda do imóvel localizado à Alameda Santos, em SP.
O que isso significa? Querendo ou não, estes estabelecimentos precisam modificar suas atuações. Pensar que apenas prover o acesso à internet é o suficiente é determinar o fim do empreendimento em poucos meses. As lan houses, hoje, precisam fornecer outros serviços, outros motivos para que o frequentador permaneça nestes locais.
Há alguns meses, a Veredas presta serviço para a Fundação Padre Anchieta, mantenedora da TV Cultura, para pensar a parte tecnológica do projeto Conexão Cultura, que busca a emancipação digital dos frequentadores de lan houses e telencentros. O objetivo do projeto é que a navegação nestes espaços não seja apenas em redes sociais (como o orkut) e mensageiros instatâneos (como o MSN). Seja também, mas complementada com sugestões culturais, educacionais e profissionalizantes. Desenvolveu-se, para tanto, uma barra que é acoplada ao navegador de internet (como se fosse um plugin) com sugestões e links interessantes de instituições parceiras, como o Itaú Cultural e o SescSP.
Eu já escrevi sobre a importância destes centros no país, seja refletindo sobre a conectividade no país ou contando sobre a apropriação das tecnologias nas periferias. E a ideia é justamente tornar estes locais mais bem aproveitados pela sociedade, como centros de conteúdos profissionalizantes ou educaionais.
É por esse motivo que se criou o Prêmio Conexão Cultura para premiar as boas práticas que acontecem em lan houses e telecentros e estimular ainda mais com que outras sigam o mesmo caminho. Na semana passa, no dia 31 de março, foram anunciados os vencedores (você pode ver os vídeos com as histórias de cada finalista).
Hoje, a capa do caderno Link, do jornal O Estado de S. Paulo, é sobre o papel destes estabelecimentos na inclusão digital brasileira. Está na hora de criar novos modelos de negócio, novas possibilidades que melhorarão não só o empreendimento, como também melhorar a comunidade em que atua.
Precisam-se de mais exemplos de boas práticas para mostrar à sociedade e ao poder público que os centros de acesso são pontos importantes não só na inclusão digital, como também na formação educacional brasileira.
Imagem tirada por Sérgio Savaman Savarese