A África em conteúdo multimídia

As redes possibilitam com que se dê e se tenha acesso a países que poderiam ficar esquecidos pela globalização, como os africanos.

É muito comum escutar que a globalização acabou com as fronteiras. Será mesmo? Aparentemente, as divisões entre as nações parecem ter diminuído entre os países desenvolvidos e os emergentes. Mas o que acontece com os pobres? Grande parte de seu poder econômico e cultural parece ser esquecido em boa parte do tempo.

O projeto Tás a Ver? tem como objetivo mostrar o que acontece em um dos continentes mais pobres do mundo, a África. Por meio da rede e das ferramentas multimídia, os participantes do projeto retratam o cotidiano das pessoas que moram, por exemplo, em Luanda, com mostra o documentário “Luanda – Geografias Emocionais”.

O portal não só mostra o que está sendo produzido no continente, mas desenvolve projetos que procuram democratizar a cultura da região a outros países. Eles não estão apenas preocupados em divulgar o que acontece por lá, mas fazer uma ponte entre empresas e governos que tenham interesse em investir na região.

O coletivo até publicou no portal algumas diretrizes que orientam o trabalho, como criar apenas materiais liberados em licenças mais brandas de autoria (como o Creative Commons), desconstruir esteriótipos em relação ao povo africano e reforçar que África é um continente formado por 54 países com culturas diferentes (e não uma única nação conhecida pela pobreza).

Escolhi falar sobre a iniciativa no blog para questionar o que é realmente esta quebra de fronteiras provocada pela globalização. Se, de um lado, temos a verdadeira abertura a outros países que até então estava isolados, por outro há uma jogada de interesses tão forte que mal conseguimos perceber.

Países como os africanos, conhecidos pelo seu baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), muitas vezes ficam ainda mais esquecidos das discussões mundiais. O Brasil, ainda, tem uma ligação histórica muito forte com o continente, mas quantas notícias temos de lá? A África é um dos poucos continentes que possuem países de língua portuguesa, com Angola.

As redes, ainda bem, conseguem encurtar a distância entre um continente e outro. Os países africanos e nós deveríamos usar mais essas ferramentas para possibilitar maiores trocas e construir pontes que foram destruídas com o tempo ou nunca construídas.

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