Um tablet por aluno

A moda agora são telas touch screen. Depois do mais novo brinquedinho lançado pela Apple, o iPad, diversas empresas correm para desenvolver aparelhos semelhantes ou partindo do mesmo princípio. E até o famigerado computador de 100 dólares começa a entrar na brincadeira.

A organização OLPC (One Laptop Per Child) pode deixar de fabricar o computador que nunca conseguiu chegar a US$ 100 para desenvolver um tablet similar ao iPad, mas com recursos e interfaces educacionais. Segundo o portal Technology Review, o objetivo da mudança é reduzir ainda mais o custo para US$ 75.

O preço é baseado apenas em previsões. Vale lembrar que o XO, laptop criado pela organização, nunca chegou ao preço estimado. Hoje, o custo gira em torno de US$ 180. A versão tablet traz algumas facilidades que podem ajudar neste quesito, como a fácil customização dos teclados. Uma vez que o teclado é virtual, a padronização para um determinado alfabeto ou língua fica muito mais barata. A OLPC produz computadores com 17 teclados diferentes, o que é pouco se pensarmos só nos 33 diferentes idiomas que existem apenas na Índia.

Além disso, o consumo de energia do novo aparelho pode chegar a apenas um watt, quatro a menos do que a solução anterior. A tela será de LCD com uma camada plástica em vez de vidro, para que resista melhor a impactos e arranhões.

Trabalhar com a plataforma tablet pode fazer com que a organização pense em novos meios de estruturar seus projetos, estruturando mais parcerias e consórcios do que atuar individualmente. Um dos grandes problemas para reduzir ainda mais o custo é justamente esse. A OLPC atua sozinha no mercado, produzindo e distribuindo o computador XO de modo independente. Fabricar o tablet obrigará com que ela faça mais acordos com outras companhias para viabilizar a tecnologia, o que por si só promete diminuir o preço final.

Só é necessário cuidado com as parcerias que são feitas. No mês passado, a mesma Technology Review, noticiou que a OLPC fez um acordo com a Micro$oft para colocar seu sistema operacional nos laptops. Os XOs, então, sairiam de fábrica com dual-boot, ou seja, com dois sistemas operacionais diferentes: o da marca proprietária e uma distribuição de Linux, padrão desde o começo do projeto.

Só para colocar o sistema operacional proprietário será necessário aumento de US$ 7 no preço final por precisar de mais memória para conseguir rodar. E os governos que optarem pela versão dual ainda pagarão mais US$ 3 apenas de licença para a gigante da informática. Três dólares pode parecer pouco, mas considerando que o computador foi pensado para que se use em todas as escolas públicas, imagine quanto será destinado apenas para pagar licenças do sistema operacional.

Será que dessa vez o projeto deslancha?

Imagem tirada do blog da Fuseproject