Olhava o mundo com olhos profundos. Esbanjava uma liberdade e nuances na fala que nunca existiram. Não era belo, nem referência muscular. Esguio, se achava o rei do mundo. Em si, sabia que não era nada. Não conseguia achar em suas ações qualquer valor que lhe desse algum peso. Embicava o nariz à frente, escondendo de todos qualquer chance de realmente o entender. Tão frágil na sua exaustiva tentativa de se mostrar poderoso. No fim, intimidava alguns. Outros, mais experientes, apenas o olhavam com desprezo. “Coitado”, pensavam. E por isso o amavam mais do que qualquer um. Viam a beleza por trás de tanta falsidade. E, assim, ele, o metido, atingia todo o seu objetivo: ser idolatrado a qualquer maneira.