Já imaginou se você não conseguisse fazer nenhuma operação bancária online? Ou se não pudesse mandar mensagens aos seus amigos e familiares? Ou, então, não pudesse acessar as informações da maior enciclopédia já vista? Como você faria? Alguns serviços populares na internet estão ameaçando uma “greve” de seus serviços para protestar a favor da liberdade.
Durante a semana, o Google, Facebook, Wikipedia, eBay e outras empresas anunciaram que poderiam cortar os seus serviços online em protesto ao projeto de lei anti-pirataria norte-americano, chamado S.O.P.A. (Stop Online Piracy Act, ou lei contra a pirataria online, em tradução livre). O “blackout” (ou apagão) seria o meio encontrado para forçar o senado dos EUA a não aprovar a lei, já que ela, entre outras restrições, responsabilizariam as donas dos serviços online pelos conteúdos postados por seus usuários, o que poderia criar um clima de vigilantismo exacerbado.
No mundo físico, estamos acostumados às greves de funcionários, em que temos que conviver com o serviço de bancos, correios e até polícias funcionando parcialmente. Agora, já pensaram se isso acontecer online? Se o Google, por exemplo, parar seus serviços durante um dia, quantas atividades do seu cotidiano seriam afetadas diretamente? E se você não pudesse fazer nenhuma transação financeira, como faz o PayPal, tão famoso em terras estrangeiras? Ou se a Wikipedia não puder ser consultada?
Essa possibilidade de modificar a rotina de milhões de usuários demonstra o poder que as empresas online possuem agora, principalmente força política. Mesmo um simples serviço como o Twitter, se parar seu funcionamento de repente, pode ser responsável pela perda – ou a não geração – de milhões de reais. É por isso que a campanha contra a lei está bem forte no mundo virtual.
O portal Free Art and Technology (F.A.T.) criou um script para ser aplicado em qualquer site que cobre o conteúdo da página com uma tarja preta (como você vê na imagem acima), como forma de demonstrar a censura que o ato poderá trazer. Além disso, um “pop-up” surge com a opção para ser direcionado às petições online contra a lei e diversas informações que explicam que, se aprovada, a lei poderá levar para a cadeia até o pop-star adolescente Justin Bieber! Sim! Ele mesmo! Pelo simples motivo de ele ter começado sua carreira musical fazendo covers de músicas protegidas por copyright e publicando-as no portal de vídeos YouTube, como você pode ver no vídeo abaixo.
E por que um brasileiro deveria se preocupar com uma lei que está para ser aprovada nos EUA? Pelo simples motivo de que grande parte dos serviços online está sediada no país, como o Google, o Facebook, o Twitter, o eBay e por aí vai. Além de, claro, qualquer atividade que é contra a liberdade deve ser protestada, seja ela em seu país ou do outro lado do mundo.
Para os ativistas que querem boicotar as empresas que apóiam a lei (que são mais de 800, acredite se quiser), um aplicativo para Android foi lançado que lê o código de barras dos produtos e identifica se eles pertencem a alguma empresa a favor das restrições. O Boycott SOPA ajuda também a trazer para o mundo físico discussões que sondam o virtual. Achar as empresas online para boicotar é fácil, o complicado é descobrir se a marca de cerveja que se compra no supermercado é parte de alguma dessas companhias. O aplicativo quer resolver esse problema.
As organizações contra a lei formaram o grupo NetCoalition, que pretende fazer diversas ações até que o senado desista da aprovação.
Todos contra o SOPA!
3 Comments
[…] os projetos de lei SOPA (Stop Online Piracy Act) e PIPA (Protect IP Act), que eu já comentei aqui, perdem cada vez mais força no Senado norteamericano. Só que ainda não é o […]
[…] políticas também o projeto que ficou conhecido como AI-5 Digital, que é praticamente o SOPA […]
[…] vale ler esta cartilha que explica as alterações do projeto) e discussões para impedir que governos controlem a internet, as ameaças estão prestes a saírem do mundo virtual para chegarem ao físico. A possibilidade de […]