Não se falou em outra coisa e nem dava para pensar em outros assuntos. Durante a semana que se passou, por aqui, o único tema de todas as conversas, em todos os lugares, era a chegada do furacão Irene. Pela primeira vez em 30 anos, Nova York iria encarar um fenômeno natural que poderia ser um tanto quanto devastador. Até uma evacuação histórica de áreas mais baixas foi necessária para garantir a segurança dos moradores da cidade.
A incerteza sobre como seria todo o processo fez com que canais de televisão dedicassem suas programações para falar apenas do acontecimento. Mas o mais interessante, claro, aconteceu na internet. Para garantir o fluxo de informação, as autoridades novaiorquinas usaram sites e redes sociais para que os moradores soubessem exatamente o que fazer nesta situação um tanto quanto inédita para a cidade.
E não só os órgãos oficiais. Cidadãos comuns criaram até uma conta no twitter para o furacão como meio de disponibilizar as notícias de forma rápida e centralizada, além de algumas brincadeiras também. A descrição do perfil, por exemplo, é I dont want to hurt anyone (ou, em tradução livre, eu não quero machucar ninguém). Em um dos tuítes, no meio de diversas informações, a mensagem: Encontrei um cara lindo no centro da cidade e o link para esta foto. Ou até um joguinho de substituir títulos de filmes com o nome Irene, como Yellow Sub-Irene ou Guess Whos Coming to Dinner (Its Irene).
O serviço de localidades foursquare foi usado para identificar as ruas e regiões dos abrigos destinados a quem precisou evacuar de sua casa. Foi um jeito fácil e interativo de orientar quem não tinha para onde ir, já que a orientação inicial era para procurar hospedagem em casas de parentes e amigos. Eram 57 no total espalhados pelas cinco regiões que compõem a grande Nova York.
E é claro que o tema também virou tendência no twitter. A tag #Irene abrigava desde informações importantes sobre as áreas alagadas, quanto várias outras piadinhas também.
Depois deste fenômeno natural, dá para reparar que o uso das redes sociais em situações de risco não é mais novidade. Cada vez mais esses serviços estão integrados no cotiadiano da sociedade e das instituições e são tão importantes quanto televisão, rádio ou jornal. Eles entram como grandes orientadores sobre o que fazer e para onde ir, além de avisar o que evitar. E o uso mais interativo possibilita o fluxo mais rápido e constante de informações de forma agradável ao público.
Por aqui, é visível que muitas pessoas ficaram frustradas com a pouca força que o furacão chegou na cidade. Mas, como se escreveu lá no Planeta Urgente, o furacão causou um prejuízo estimado em US$ 1 bilhão.
Fraco, mas caro.
Foto tirada pela Nasa.