E-waste: 40 milhões de toneladas ao ano


O relatório apresentado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), no último dia 22, sobre lixo eletrônico, surpreendeu a todos. São produzidos, globalmente, cerca de 40 milhões de toneladas de e-waste por ano! Daí se pensa que países como os EUA, a China, a Índia e outros tantos são os grandes culpados. E são, mas o Brasil já conseguiu passar muitos deles em alguns parâmetros.

De acordo com o estudo, nosso querido país descarta cerca de 96, 8 mil toneladas métricas de computadores pessoais anualmente, volume inferior apenas ao da China, que atinge 300 mil toneladas. Mas, se analisar a quantidade de lixo gerada por pessoa, o Brasil está na liderança: é meio quilo de e-waste per capita em terras tropicais, contra 0,23 quilo na China e 0,1 quilo na Índia. É claro que o tamanho da população dos dois países emergentes contribui para a estatística (já que a população da China e da Índia é bem maior do que a brasileira), mas é evidente que se precisam criar políticas públicas sobre o tema rapidamente (o que a ONU fez questão de ressaltar durante a apresentação do relatório, mostrando inclusive que o Brasil não tem índices confiáveis sobre o assunto e, por isso, a organização precisou estimar os volumes).

Aqui, no Planeta Sustentável, já comentamos bastante sobre o tema. O Lixograma também já levantou a questão mostrando o verdadeiro peso de seu computador. Até noticiamos, em 2008, algumas iniciativas, como a que a Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo fez para criar mutirões para recolher esse tipo de entulho.

Agora, a SMA, junto ao Instituto Sergio Motta, lançou o site E-lixo Maps para identificar os postos de coleta de lixo eletrônico na cidade de São Paulo. A ideia é facilitar o descarte destes materiais por parte dos cidadãos.

O serviço é muito simples. É só entrar na página do projeto, colocar o seu CEP e qual tipo de material você deseja descartar. O sistema te mostrará as localidades mais próximas para que você não tenha muito trabalho procurando ou sem opção sobre o que fazer com aquele computador velho, aquela geladeira que não gela mais nada ou até pilhas e baterias de aparelhos eletrônicos.

A criadora da ferramenta, Martha Gabriel, deu uma entrevista ao blog do Instituto explicando sobre o projeto e exemplificando o que mais se poderá fazer graças a esse mapeamento: “Além de ser usado para consulta dos pontos de coleta, o projeto também armazenará as informações sobre os descartes de e-lixo efetivamente realizados. Com o passar do tempo, conforme esses dados forem coletados, o projeto poderá detectar a intenção de descarte de lixo eletrônico, quais tipos e regiões descartam mais, etc. Com essas informações, poderemos mapear informações importantes sobre a situação do e-lixo e sua relação com a população da cidade de São Paulo. Em função disso, torna-se possível o desenvolvimento futuro de estratégias de conscientização e coleta, adequadas a regiões e populações.”

Lixo eletrônico, pelo visto, é um tema que não dá para se esconder embaixo do tapete. É algo que, infelizmente, veio para ficar – ou não.

Imagem tirada por Rich Anderson

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