Já menino grande, mudei a forma do meu coração. Ele não mais batia opaco. Ele batia forte, como um tambor mesmo. Só que nunca soube como ter um tambor dentro do peito. Tum-tum-tum, doía. Tum-tum-tum, doía. Era uma dor boa. Mas dor. Nunca consegui explicar que ainda estava aprendendo a coraçãoar a vida. A colocar meu tambor ali. A deixar outros escutarem. A eu mesmo escutar. Forcei tanto que fiquei surdo do tímpano esquerdo.