Natural Fuse: energia consciente

Ó, é assim: você gosta de plantas, está preocupado com as mudanças climáticas e sabe que a tecnologia está aqui para ajudar. Então, como se pode misturar tudo e criar uma solução bacanuda para as mudanças climáticas? O Natural Fuse tenta ser isso e ainda uma interface de rede que te conecta com outros usuários como se fosse um jogo.

Qual é a proposta? A energia elétrica é uma das grandes preocupações quando o assunto são as mudanças no clima e as emissões de CO2 na atmosfera. O ideal seria que compensássemos o que consumimos do planeta de forma eficaz (o que é impossível, já que tudo que fazemos causa um impacto por mais mínimo que seja). Como a energia é abundamente na sociedade, fica difícil controlar e mensurar o nosso consumo associado ao impacto no ambiente. É aí que o Natural Fuse entra.

Ele é um vaso que estima a quantidade de CO2 absorvida pela planta e permite com que se use um aparelho eletrônico durante um determinado período de tempo, até que a conta chegue a zero (ou seja, a quantidade absorvida pela planta é a mesma usada pelo aparelho eletrônico). A partir daí, a energia é cortada e o usuário não poderá mais ligar seu abajur, ventilador ou qualquer outro utensílio que precise de energia elétrica.

O aparato tem um interruptor com três possibilidades, em vez do tão batido “liga” e “desliga”: “selfless”, “selfish” e “off”. O primeiro é para ligar esse sistema, com energia só durante o tempo estimado pela absorção do gás carbônico da planta. O segundo, que traduzindo seria algo como “egoísta”, é para deixar o aparato ligado de qualquer forma, por mais que a absorção diária já tenha chegado ao limite. Esse módulo é para garantir que quando realmente se precise de energia, se tenha. Se a lâmpada de uma casa está acoplada ao sistema e um ladrão invade a residência, necessariamente precisa-se ligar a luz para ver o que está acontecendo, por isso a garantia de funcionamento. E a última opção é o desligar tradicional.

O grande lance, porém, é que esses sistemas funcionam em rede. O modo “selfless” não só calcula a absorção de dióxido de carbono daquela determinada planta, como também de todas as plantas que fazem parte do projeto. Desta forma, é possível usar o aparato do amiguinho, que não está sendo utilizado, para deixar uma lâmpada acesa algumas horas a mais. É uma média que se faz e se distribui por todo o sistema.

Mas, enquanto há uma distribuição de recursos, há também consequências graves caso não se sigam as regras. Se deixar o sistema ligado em “selfish” (ou no modo egoísta) durante muito tempo e se passar do equilíbrio de absorção e consumo, o aparato injeta uma dose de vinagre na planta e ela… morre! O seu consumo afetará diretamente na planta do amiguinho. E se deixar o sistema ligado mesmo assim, ele mata as outras plantas também. Praticamente um extermínio! E provocado apenas pelo seu egoísmo. Quem quer ter essa culpa consigo?

O sistema já foi exposto em diversas cidades do mundo, mas hoje está em atuação na Austrália, Inglaterra e Coréia do Sul. No site, pode-se encontrar o manual de todo o sistema, com explicações de como foi o processo para criar a interface do botão de três fases e a escolha da planta perfeita, que absorvesse quantidade considerável de CO2 e que sobrevivesse a ambientes fechados (já que fica dentro da casa dos usuários).

Um belo meio de pensarmos em nosso consumo de energia e nossos impactos no ambiente.

3 Comments

Toda as tentativas de ir melhorando nosso modo de usar e abusar do planeta são validas e quem sabe num passe de mágica ou de lucidez, quem sabe, o ser humano toma jeito e se emenda.

Interessante essa ideia, pois vai primar pela conscientização ambiental, mas, gostaria de saber como ocorre essa medição? Quais os parâmetros utilizados para a contabilização do CO2 e a influencia direta no aparelho utilizado? Como ele diferencia os aparelhos conectados? O limite de CO2 da planta quando ligado a este aparelho também irá mudar de acordo com o crescimento dela?

Att,

Mailyn

Oi, Mailyn!

Nos manuais do site há toda a descrição. Além disso, há também o relato de toda a experiência no livro “Sentient City: ubiquitous computing, architecture and the future of urban space” (http://mitpress.mit.edu/catalog/item/default.asp?ttype=2&tid=12468), de Mark Shepard. Mas, pelo o que pesquisei, nos cálculos eles já contemplaram o próprio consumo do aparelho e o crescimento da planta (incluindo a absorção de CO2 pelas folhas secas quando enterradas no próprio vaso).

Abraços,

Thiago

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