O futuro para o caos energético


Desde o colégio, aprendemos teorias que tentam explicar os males que assolam nossa sociedade. É um pedido de explicação que parece mudar a cada cinco anos, adaptando-se às novas informações e influências. O mais engraçado é que as teorias, volta e meia, e meia volta, reaparecem como a verdadeira realidade.

O aquecimento global tem deixado muitos pensando sobre as possibilidades que as mudanças climáticas podem causar na sociedade. Se fizermos algumas contas simples, veremos que a população poderá crescer a um pouco mais de nove bilhões de pessoas até 2050.

Certo, nove bilhões de pessoas. Como alimentar todas? Como produzir energia para tudo isso? Como manter os mesmos recursos que possuímos para esta galera que está chegando?

Quando conheci a teoria sobre os males da sociedade de Thomas Malthus, achei-a de um extremo elitismo. Para ele, a população cresce de forma exponencial, enquanto a produção de alimentos de forma aritmética. Isso, claro, gera um espaço entre o número de pessoas e a quantidade de comida.

Como resolver? Simples: o controle de natalidade e o benefício de guerras e pestes. Qualquer melhoria no padrão da sociedade seria uma solução temporária, já que as pessoas viveriam melhor e teriam mais filhos, voltando à equação que não fecha. Então, para resolver o problema, considere as mortes em guerras e os moribundos por doenças como algo benéfico para todos.

O problema, para mim, é que somente as pessoas na base da pirâmide populacional são prejudicadas com isso. Se eu for rico, terei dinheiro para me tratar de uma peste. Se eu for influente, não precisarei ir para o exército e arriscar a minha vida em trincheiras inimigas. E quem não for? Pois é.

Tudo isso para falar sobre a possível falta de energia que poderemos sofrer por causa do crescimento demográfico. Diversas iniciativas estão sendo criadas para tentar articular outros meios de se conseguir manter o planeta e nossa “sobrevivência” (coloco o termo entre aspas por ser meio complicado pensar o que é o necessário para a nossa sobrevivência e o que consideramos ser sobreviver).

A Maira, engenheira ambiental e vice-presidente da Veredas, me indicou um projeto que acredita nas tecnologias como forma de contornar estes problemas. O Sahara Forest Project, para resumir, leva como lema a pergunta: como vamos produzir alimento para 9,5 bilhões de pessoas, sendo que ao mesmo tempo precisamos aumentar o uso de biomassa para produzir energia, em um mundo caracterizado pela redução dos recursos hídricos, aumento da degradação de terras e ameaças do aquecimento global?

A ideia é usar os recursos ainda não tão bem utilizados pelo homem para conseguir sanar os problemas energéticos do mundo, ou seja, usar a radiação solar, o cultivo de algas e o movimento das ondas do oceano como uma solução à era dos combustíveis fósseis. Para isso, investe em localidades ainda ermas para aproveitar o espaço não utilizado.

O grande problema de levar ao pé da letra o que está escrito na iniciativa é a crença utópica na tecnologia como salvadora de todos os problemas. Realmente, ela complementou ainda mais a utilização de todos os sistemas produtivos, mas acreditar que somente ela poderá ser a solução é teórico demais.

O bom, pelo menos, é que existem outras possibilidades.

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